Os brasileiros e seu complexo de vira-latas

                            

Os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil, realmente parece que é um vício falar mal do Brasil. Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos. Aqui na Holanda, os resultados das eleições demoram horrores porque não há nada automatizado. Só existe uma companhia telefônica e pasmem: Se você ligar reclamando do serviço, corre o risco de ter seu telefone temporariamente desconectado. Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo - ou de lavar as mãos antes de comer. Nas padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne. Em Londres, existe um lugar famosíssimo que vende batatas fritas enroladas em folhas de jornal - e tem fila na porta. Na Europa, não-fumante é minoria. Se pedir mesa de não-fumante, o garçom ri na sua cara, porque não existe. Fumam até em elevador. Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria e qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir pra lá dar aulas de ‘Como conquistar o Cliente’. Você sabe como as grandes potências fazem para destruir um povo? Impõem suas crenças e cultura. Se você parar para observar, em todo filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente na hora em que estamos emotivos… Vocês têm uma língua que, apesar de não se parecer quase nada com a língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto que as empresas de software a chamam de português brasileiro, porque não conseguem se comunicar com os seus usuários brasileiros através da língua Portuguesa. Os brasileiros são vitimas de vários crimes contra a pátria, crenças, cultura, língua, etc… Os brasileiros mais esclarecidos sabem que temos muitas razões para resgatar suas raízes culturais. Os dados são da Antropos Consulting:
1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo mundial.
2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma.
3. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade do Rio de Janeiro foi considerada a mais solidária.
4. Nas eleições de 2000, o sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estava informatizado em todas as regiões do Brasil, com resultados em menos de 24 horas depois do início das apurações. O modelo chamou a atenção de uma das maiores potências mundiais: os Estados Unidos, onde a apuração dos votos teve que ser refeita várias vezes, atrasando o resultado e colocando em xeque a credibilidade do processo.
5. Mesmo sendo um país em desenvolvimento, os internautas brasileiros representam uma fatia de 40% do mercado na América Latina.
6. No Brasil, há 14 fábricas de veículos instaladas e outras 4 se instalando, enquanto alguns países vizinhos não possuem nenhuma.
7. Das crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, 97,3% estão estudando. 
8. O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650 mil novas habilitações a cada mês.
9. Telefonia fixa, o país ocupa a quinta posição em número de linhas instaladas… 
10. Das empresas brasileiras, 6.890 possuem certificado de qualidade ISO-9000, maior número entre os países em desenvolvimento. No México, são apenas 300 empresas e 265 na Argentina. 
11. O Brasil é o segundo maior mercado de jatos e helicópteros executivos. Por que vocês têm esse vício de só falar mal do Brasil?
1. Por que não se orgulham em dizer que o mercado editorial de livros é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano? 
2. Que têm o mais moderno sistema bancário do planeta? 
3. Que suas AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE ganham os melhores e maiores prêmios mundiais? 
4. Por que não falam que são o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários?
5. Por que não dizem que são hoje a terceira maior democracia do mundo?
6. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos civilizados? 
7. Por que não se lembram que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para atendê-los bem? Por que não se orgulham de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrenta os desgostos sambando. É! O Brasil é um país abençoado de fato. Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos. Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques. Bendito este povo, que oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente. Bendita seja, querida pátria chamada BRASIL.


                                            A visão de uma jornalista holandesa sobre nossas terras tupiniquins 

Thought Of You

Essa deve ser a primeira vez que eu posto um vídeo aqui no blog, bem mas esse não deu para resistir, eu simplesmente adorei esse vídeo, é tão simples e tão incrivelmente belo. Mas acho que sou meio suspeita para comentar já que sempre fui alucinada por todo tipo de desenho, dos bonecos palitos (e não menosprezem os bonecos palitos, eles são extremamente versáteis) aos incríveis desenhos hiper realistas que demoram de dias a semanas e alguns até mesmo meses para serem concluídos.
Esse vídeo chama-se "Thought Of You" e foi criado por Ryan Woodward.
Bem se quiserem conferir outros vídeos desse impressionante artista podem acessar este link:

Sensacionalismo

Quero dizer uma coisa aqui a respeito dessa hipocrisia ridícula que está circulando entre comentários de redes sociais e por uma pequena parte da imprensa sensacionalista. 
Primeiro que acho uma falta de respeito não só com o artista, mas com a família, com o filho, com os fãs do Chorão, esta exposição desnecessária de fotos do apartamento e de seu corpo! Isso que se faz para vender notícias e gerar acessos em sites, me desculpem, não é informação útil, é morbidez e falta de compaixão. 
Segundo, é que gostaria de saber que moral que tem uma sociedade tabagista, alcoólatra, que consome remédios ( DROGAS ) de todos os tipos - para dormir, para emagrecer, anabolizantes, estimulantes vendidos em farmácias e mais um monte de porcarias legalizadas - para falar do que o cara fez ou deixou fazer. Isso não é problema de ninguém! 
O nosso problema deveria ser relativo a dar assistência a quem é dependente químico, tratar com respeito estas pessoas que por ventura se encontram doentes ou em dificuldades, ajudá-las a se recuperar, oferecer informação e conhecimento aos jovens para que eles possam entender as consequências do uso de qualquer tipo de substância química, legal ou não. Prevenir ao invés de ficar fazendo julgamentos tolos. 
Terceiro é que estão repetindo um monte de baboseiras com relação a questão do "Sexo, drogas e Rock n' roll" - mas quando eu ligo rádio e a TV escuto o tempo inteiro um monte de artistas de outros gêneros estimulando bebedeira, sacanagem, vulgaridade e putaria para todo tipo de público incluindo crianças. Ou as letras desses Sertanejos e outros estilos estão tratando de assuntos sérios e eu sou surdo e nunca ouvi?
As drogas estão inseridas na sociedade desde que o homem é homem e devemos tratar esta questão com responsabilidade e não com mais preconceito e estupidez. 
Por conta dessa postura é que acabamos criando uma nuvem de ignorância e falta de conhecimento que prejudica mais do que salva. 
Chorão era adulto, maior de idade, pagava suas contas e fez suas escolhas na vida. Erradas ou certas, devemos procurar entender a situação antes de sair julgando e usando um problema sério para fazer piadinhas e sensacionalismos. 
De modo que o mínimo que se espera de um SER HUMANO que tem amor por outro ser humano é que exista sensibilidade e se mantenha o respeito e a solidariedade para com seus entes queridos, amigos e fãs. 
Hipocrisia FUDIDA ficar jogando pedra em quem não pode se defender como se a vida de todos que estão desferindo golpes fosse um santuário de bons exemplos. 
Reflitam! 
Abraços.

Autor: Tico Santa Cruz 

Os Irmãos Grimm

Jacob e Wilhelm Grimm nasceram em Hanau, na Alemanha, em 1785 e 1786, respectivamente. Cursaram direito assim como seu pai, entretanto decidiram abandonar essa profissão e dedicaram-se a literatura. Eram grandes estudiosos da língua alemã, filólogos, eruditos, historiadores e narradores excepcionais.

Durante sete anos trabalharam na Universidade de Göttingen como professores, sendo despedidos por serem contrários ao rei que na época governava. Foram admitidos como professores em 1841 na Universidade de Berlim, e em Berlim permaneceram até o fim de suas vidas.
A sua fama internacional surgiu pela grande quantidade de contos populares que recolheram na Alemanha desde o início do século XIX. Contam que eles escreviam de noite todas as histórias que ouviam durante o dia. Dorotea Viehmman, uma velha mulher do povo, foi quem contou mais de metade dos contos que recolheram, cerca de 200 contos de fadas! Sem falar nas 10 lendas, nas 600 cantigas folclóricas, etc.
A primeira publicação dos irmãso Grimm foi um livro chamado "Histórias das crianças e do Lar", o livro continha 51 contos, contos esses que depois de publicados logo se espalharam pelo mundo.
Os esforços de Jacob e Wilhelm em preservar as histórias e como consequência a identidade de seu povo logo contagiaram diversos estudiosos mundo a fora que começaram a registrar os contos de seus países.
Dentro das histórias dos Grimm sempre existe uma mensagem positiva, representada por algum ideal humanitário e um impasse entre o bem e o mal, a figura feminina também merece atenção, já que dentro dos contos ela representa tanto a bondade quanto personifica a maldade humana.

Os monstros presentes dentro dessas histórias queriam passar mensagens para as crianças. O lobo mau, as bruxas, todos eles estavam entregando recados as crianças, recados que antes serem escritos eram cantados pelos aldeões em volta das fogueiras durante a festa da colheita. Eles diziam, não  confiem em estranhos, não aceitem nada que um estranho lhe ofereça, obedeça seus pais, não se aventure por caminhos que lhe são estranhos, poque se fizer isso algo ruim quase sempre pode lhe acontecer. "A noite é escura e cheia de terrores"*, o mundo é cruel e ele está lá fora esperando para que você por descuido faça um desvio errado e assim ele possa te devorar.

















* Frase dita por Melisandre de Asshai em "A Song of Ice and Fire"

"Esclarecendo o vazio" capitulo I - Era uma vez o amor, mas eu tive que mata-lo

Não encontrei o sossego e o conforto que eu esperava, talvez porque eu tenha olhado o abismo do meu mundo de muito perto, e ele acabou olhando de volta para mim ou talvez porque eu tenha encarado os fatos com os olhos cheios de açúcar de um apaixonado.Com toda a certeza esse foi um dos meus maiores erros nesses últimos meses...
Por longos anos eu não pensei em nada desse tipo, sempre encarei minha vida com os olhos duros de pessoa realista que sou.E então, assim do inferno, eis que surge você, tão calmo, tão centrado, tão tranquilo, e espatifa todo o meu preparo psicológico, preparo esse que trabalhei exaustivamente para construir.Você quebrou minhas barreiras, desarmou minhas defesas e me deixou assim a merce, a merce de tudo, a merce de todos...
Conformo-me com minha situação, conformo-me com os fatos das últimas semanas, mas me nego a aceitar que passei por idiota por tanto tempo... Eu preciso - mesmo que seja por ilusão- acreditar que em algum ponto dessa história eu tenha sido relevante, e talvez por seguir essa linha de raciocínio eu tenha mantido sob controle toda a frustração acumulada durante esses últimos meses.
Tudo bem, já superei coisas piores e continuo aqui, uma cicatriz a mais é algo fichinha em comparação com o que tenho de bagagem nessa minha vida razoavelmente curta, sendo dessa forma vou continuar pelo caminho que eu escolhi, sem rancor, sem mais lágrimas e se o destino for bom sem mais situações como essa...
Talvez eu tenha sido um pouco inflexível, um pouco áspera quando tentavam fazer com que eu olhasse tudo isso na sua perspectiva, mas eu queria que entendessem que naquele momento eu nada conseguia enxergar, o véu de lágrimas que anuviava minha visão era demasiado espesso para tanto. Entretanto não pense que depois de tudo eu não parei para refletir, eu pensei muito em tudo, em tudo que me disseram, em tudo que eu pude ver, e constatei que com toda a certeza você deve estar passando por uma situação tão difícil quanto a minha e mesmo que eu tenha esbravejado aos quatro ventos que eu não me importava, eu me importo, eu jamais desejaria te ver triste, pelo contrário, para mim o importante é que você esteja feliz.
Eu realmente não queria ter chegado a esse ponto, eu não queria que a situação tivesse fluído, na realidade eu nunca quis que a situação tivesse fluído, porém as coisas saíram do modo que saíram, e eu gostaria de explicar que por mais de três vezes eu tentei pisar no freio, eu tentei... inutilmente tentei me agarrar as paredes rochosas desse abismo, por diversas vezes eu debilmente lutei contra tudo, nadei contra a corrente, mas no fim, no fim acabamos onde acabamos.
Eu disse por cem mil vezes que eu não iria atrapalhar a sua vida, por dezenas de noite maquinei uma forma de tirar o corpo fora disso, mas internamente eu não queria manter distancia, e dessa forma quase inconsciente a corrente que eu tanto busquei sobrepujar me arrastou mansa e calmamente até esse ponto da história. A verdade é que eu sentia saudade, saudade de você e de ficar perto de você, saudade das suas piadas, dos seus gestos, sei que é meio ridículo, todavia como dizia Álvaro de Campos, "Todas as palavras esdrúxulas,como os sentimentos esdrúxulos,são naturalmente ridículas", dessa forma deixe passar, só dessa vez.
Eu queria te pedir desculpas por tudo, eu me sinto um tanto culpada, sei lá...Eu me sinto mal, meio estilhaçada, meio partida, e acima de tudo culpada. Eu não tenho cara de dizer pessoalmente, mas eu internalizo esse desejo de pedir desculpas e tentar arrumar tudo, não quero perder sua amizade, não quero deixar de falar com você, não quero me sentir mal ou te atrapalhar mais ainda. Me desculpa por corresponder a esse amor seu que não me é correspondido, eu juro que eu não queria que nada saísse dessa forma, eu só te peço desculpas por sempre ter te visto assim sem você nunca ter permitido. Me desculpa por me fazer feliz.
  

Mãe

Eu tinha 7 anos quando matei minha mãe pela primeira vez.Eu não a queria junto a mim quando chegasse à escola em meu 1º dia de aula.Eu me achava forte o suficiente para enfrentar os desafios que a nova vida
iria me trazer.Poucas semanas depois descobri aliviado que ela ainda estava lá, pronta
para me defender não somente daqueles garotos brutamontes que me ameaçavam,como das dificuldades intransponíveis da tabuada.
Quando fiz 14 anos eu a matei novamente.Não a queria me impondo regras ou limites, nem que me impedisse de viver a plenitude dos vôos juvenis.Mas logo no primeiro porre eu felizmente a descobri rediviva - foi quando ela não só me curou da ressaca, como impediu que eu levasse uma vergonhosa surra de meu pai.
Aos 18 anos achei que mataria minha mãe definitivamente, sem chances para ressurreição.Entrara na faculdade,iria morar em república, faria política estudantil, atividades em que a presença materna não cabia em nenhuma hipótese.Ledo engano: quando me descobri confuso sobre qual rumo seguir voltei à casa materna, único espaço possível de guarida e compreensão.
Aos 23 anos me dei conta de que a morte materna era possível, apenas requeria lentidão...Foi quando me casei, finquei bandeira de independência e segui viagem.Mas bastou nascer a primeira filha para descobrir que o bicho 'mãe' se transformara num espécime ainda mais vigoroso chamado 'avó'. Para quem ainda não viveu a experiência, avó é mãe em dose dupla...
Apesar de tudo continuei acreditando na tese da morte lenta e demorada, e aos poucos fui me sentindo mais distante e autônomo, mesmo que a intervalos regulares ela reaparecesse em minha vida desempenhando papéis importantes e únicos, papéis que somente ela poderia protagonizar...
Mas o final dessa história, ao contrário do que eu sempre imaginei, foi ela quem definiu: quando menos esperava, ela decidiu morrer.Assim, sem mais, nem menos, sem pedir licença ou permissão, sem data marcada ou ocasião para despedida.Ela simplesmente se foi, deixando a lição que mães são para sempre.
Ao contrário do que sempre imaginei, são elas que decidem o quanto esta eternidade pode durar em vida, e o quanto fica relegado para o etéreo terreno da saudade...
- PELEGI.Alexandre

Mente Urbana

De noite os sussurros agoniantes  de memórias que minha mente atormentam, me fizeram levantar perturbado, enquanto as estrelas velavam meu sofrimento físico e mental, com toda certeza não sou nem o primeiro nem o último dos mortais, que levanta na madrugada agoniante e fria enquanto seus pensamentos se revelam em visões de pesadelos delirantes.


Sonhei com mil coisas diferentes,via minha mãe, tio avós e todos os demais parentes, via todos os projetos futuros passando velozmente diante dos meus olhos e depois de dado tempo se esfacelando em câmera lenta enquanto eu apreciava aquele pandemônio mental que meu cérebro criava. Caminhei até a cozinha e comecei a fazer um café, ainda era alta madrugada mas um pouco de cafeína desanuviaria as minha idéias, enquanto a água não fervia fui até a sala e comecei a olhar o movimento da janela, o ponto de ônibus já estava cheio, isso dava para notar morando no terceiro ou no décimo terceiro andar do prédio, muita gente tocando a vida com ânimo (mesmo que sendo pouco), eu já não tinha esse luxo, e também não sabia de onde saía tanta força. Talvez por ser tão surrado a vida inteira os mais pobres se acostumem com a ideia de que sem força de vontade nada se alteraria em suas vidas; e não digo isso como se eu fosse alguém com mais condições de vida que qualquer um deles, talvez eu só costume refletir mais sobre o assunto que a maioria...
A essa altura o café já estava pronto eu sentei na poltrona da sala sem acender a luz, para mim bastava a iluminação proveniente da lua.
Toda a madrugada era sempre essa mesma ladainha, acordado não consigo deixar de tomar café, tomando o café não deixo de ficar acordado, e então inicio minha rotina todos os dias da mesma forma, despertando abruptamente de pesadelos surreais e refletindo entre xícaras e mais xícaras de café sobre tudo que sonhei.
Depois disso me levanto me troco e desço para o ponto em frente ao meu prédio onde minha rotina prossegue como a de todos os outros habitantes de uma grande metrópole, afogando minhas mágoas no café quente com gosto de poluição.
Pego o ônibus circular e esquento o banco enquanto posso ainda matutando os infortúnios da madrugada hostil que tive, então me levanto e cedo o lugar a algum idoso, ou alguma senhora que sustenta a família sozinha e precisa de mais descanso que esse simplório estagiário, desço no oitavo ponto, meus colegas de trabalho resmungam dizendo que eu poderia facilmente vir andando, mas minha mãe me liga todo dia querendo saber como anda o filho que  fugiu de casa para brincar de ser adulto e acabou indo morar sozinho em um bairro com uma penca de marginais, então para contentamento geral fiz um acordo de ir de ônibus trabalhar evitando assim os perigos da "zona sul" que minha mãe tanto me lembra em cada um dos seus preocupados telefonemas. Foi a única vez que cedi a um pedido dela  em sete anos então achei por bem manter o acordo, e de tudo ela não estava errada era meio perigoso por lá realmente.
já estava perto da porta da firma a essa hora, ainda fazia um tremendo frio e garoava fininho, o céu se estendia como um manto de seda prateada, eu gostava daquela paisagem.
Tomei o elevador e segui até a minha mesa, eu cuidava da maior parte da papelada, sabe como é "o estagiário que acabou de sair da faculdade merece ser explorado, afinal todos nós fomos porque ele precisaria de apoio, não é mesmo !?".
Ao fim do expediente eu embrulhei com cuidado todos os desaforos do meu dia para poder levar para casa com mais facilidade, sai do prédio eram quatro e cinco da tarde o frenesi de pessoas na calçada em frente a portaria era constante, decidi ir a pé para casa, aproveitando assim para observar o céu que começava a clarear e me lembrava agora um daqueles lenços de renda branca.

Chegando em casa eu tirei os sapatos desabotoei a camisa e me afundei na poltrona com mais uma xícara de café do lado, liguei a T.V. mas nada de interessante estava sendo transmitido. Meu celular tocou, era a Luciana, a menina com quem eu saí na semana passada, já tinha me esquecido dela, acho que ela se zangou comigo, eu provavelmente prometi que iria ligar. Resolvi que era melhor atender, se era para meu dia ser arruinado que fosse pela pessoa certa e não pelo meu sindico chato que iria bater na porta daqui a pouco reclamando do cachorro que não parava de latir lá na varanda.
Atendi o telefone, não foi bem o que eu imaginava, aguentei calado até que ela se cansou e decidiu que não valia mais a pena me xingar e desligou. Sempre imagino meus diálogos antes de consuma-los, e fico muito decepcionado com ocasionais lacunas ou quando eles não saem como eu esperava, por isso penso muito antes de falar, penso tanto que me esqueço que a outra pessoa não tem bola de cristal e não vai saber ler tudo que pensei. E assim sigo meus dias me arrependendo das coisas que nele não aconteceram, enquanto eu apoio minha cabeça no parapeito da janela da minha sala e assisto as vidas que lá embaixo seguem, furiosamente lutando contra esse mar de incertezas e inseguranças que nos rodeia, todos nós habitantes que escolheram por vontade própria  assistir ao por-do-sol entre as nuvens de poluição de uma grande metrópole.


Fernando Pessoa


Não sei quantas almas tenho
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
                     Fernando Pessoa

Dia da Saudade

A palavra Saudade tem sua origem em uma língua indo-europeia o Latim (Solitate), e em seu significado literal é descrita como uma recordação nostálgica de algo ou alguém que estão distantes, ou até mesmo de coisas passadas. Essa definição, embora muito objetiva e clara, por vezes pode não captar toda a essência de um dos sentimentos que mais mexe com o ser humano, e no dia 30 de Janeiro apesar de a maioria de nós não possuir o conhecimento desse fato comemora-se o Dia da Saudade.

Muitos artistas utilizam esse sentimento como inspiração,seja em suas letras de músicas, em suas poesias ou em pequenas frases, sempre tentando chegar o mais próximo de uma explicação para o que sentem ou o que sentiram algum dia, e se aproximar também e principalmente daquilo que todos nós imaginamos ser saudade. 

"Saudade

Saudade é solidão acompanhada, 
é quando o amor ainda não foi embora, 
mas o amado já... 

Saudade é amar um passado que ainda não passou, 
é recusar um presente que nos machuca, 
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais... 

Saudade é o inferno dos que perderam, 
é a dor dos que ficaram para trás, 
é o gosto de morte na boca dos que continuam... 

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: 
aquela que nunca amou. 

E esse é o maior dos sofrimentos: 
não ter por quem sentir saudades, 
passar pela vida e não viver. 

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido."
                                          Pablo Neruda

"Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais..."
   Vinícius de Moraes


"Definições

Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue..."
                                                                                                     Adriana Falcão


Depois de muitas definições e explicações gostaria apenas de fazer mais uma única coisa nessa postagem, dedicar o próximo poema aos meus amigos Geovanna, Katherine, Nicolly, Larissa, e Guilherme, quero que saibam que sinto saudade de vocês, dos momentos que passamos juntos, de todas as nossas risadas, mas principalmente  quero que saibam que eu amo vocês.


"Saudade 
Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...

Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...

Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...

Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!

Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!

Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!

Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.

Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!

Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!

Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,

Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...

Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.

Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.

Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência..."
                                Clarice Lispector

Ana Ferraz

Mitos e Lendas - Bruxas

As bruxas dentro do imaginário popular são caracterizadas como velhas loucas com a face deformada, nariz longo e curvo, cheia de verrugas, corcunda e com uma vassoura entre as pernas voando pelo céu noturno.Muito dessa imagem nós devemos aos padres que trabalhavam durante a época da segunda inquisição (século XIV e XV respectivamente), a época da famosa "Caça as Bruxas" , um dos períodos obscuros da humanidade, onde centenas de milhares de mulheres foram caçadas, presas, violentadas, julgadas por perseguidores implacáveis e cruelmente mortas logo em seguida.


Na época, qualquer mulher que conhecesse algo sobre ervas curativas, cuidasse dessas ervas, venerasse algum dos deuses considerados "pagãos" ou tivesse envolvimento com alguma pessoa que possuísse uma dessas características era considerada bruxa, e presa pela inquisição.
A Inquisição utilizava Malleus Maleficarum, que servia como um manual para que os inquisidores conseguissem identificar as supostas bruxas, além de conseguir identificar os crimes que elas supostamente tivessem cometido e condena-las "legalmente".Ele também ia além, e ensinava como se deveria torturar tais pessoas, para que confessassem seus pecados e listava as formalidades para a eventual execução dos condenados.O livro também afirmava que as mulheres deveriam ser as mais visadas pois sua natureza as impulsionava a cometer bruxaria.
Entre os que poderiam ser acusados de bruxaria estavam: 
-Aqueles que eram acusados por várias pessoas de ser um Bruxo;
-Pessoas que um bruxo condenado afirmasse que fossem bruxos
-Familiares de um acusado;
-Servos do acusado;
-Amigos e vizinhos de um acusado;
-Aqueles que possuíssem a suposta marca do Diabo.
A tortura sofrida pelos condenados era requintada com os mais cruéis métodos, por uso de instrumentos que estiravam a pele, esfolavam os acusados, mutilando e matando um por um.
Dentro da literatura, a imagem das bruxas diverge muito, sendo por vezes retratadas como seres cruéis, enviados das trevas, monstros nefastos que se alimentam de sangue e carne de criancinhas, ou como belas e sedutoras mulheres, extremamente inteligentes, dominadoras de elementos, criaturas elevadas espiritualmente que vivem em mundos medievais (como em As Brumas de Avalon) ou atualmente, só que escondidos dos seres humanos (Como em Harry Potter). 



Mitos e Lendas - Wargs

Os Wargs  são alguns dos personagens de "As Crônicas de Gelo e Fogo", entretanto tais criaturas não são exclusivas destes livros.Os Wargs já foram citados por J.R.R.Tolkien em seus livros como também são citados na mitologia nórdica como sendo lobos demoníacos e com traços de maldade em seu ser.

Os Wargs em  As Crônicas de Gelo e Fogo são humanos que tem a capacidade de criar um elo espiritual e mental com um lobo, são uma espécie de "Lobisomem ", eles transferem sua alma, e "deslizam"  para o corpo do animal, passando a controla-lo e além disso passam a sentir como o animal.
 Na língua norueguesa antiga, vargr é um termo para o lobo (em inglês) "wolf" (ulfr) essas duas palavras são a origem do termo warg. Dentro da mitologia nórdica o termo Warg é usado essencialmente para denominar três lobos demoníacos chamados: Fenris, Skoll e Hati. Baseado nessa crença Tolkien passa a denominar em seus livros os Wargs como uma raça de lobos particularmente ameaçadora, sendo que em seus livros os Orcs são capazes de montar em Wargs para lutar.
Já nos livros de George R.R.Martin como foi citado anteriormente é um ser humano com a capacidade de se conectar a um lobo, criando assim um vinculo entre as duas almas, mas esse vinculo só pode ser criado caso humano e animal tenham algum vinculo sentimental (como acontece com Bran Stark e seu lobo Verão),  homem e lobo passam a ter mudanças de personalidade, sendo perigoso para o warg que o gosto pela vida como lobo faça com que ele se esqueça de seu corpo humano.Um warg ao longo de sua vida pode morrer inúmeras vezes na pele de seus lobos, sendo todas elas extremamente dolorosas para ele, já quando o warg morre ele passa a viver algo que chamam de "segunda vida" na pele de seu animal, mas a segunda vida é algo temporário, pois com o tempo a mente e a memória do warg se esvanece e aquele que antes era parte homem torna-se completamente fera. Mas o espirito do warg não se vai, ele permanece, como uma sombra na alma da fera.
Nos livros da série se diz que apenas um entre mil humanos é um warg, sendo que a maior parte deles vive no Norte dos sete reinos ou além da muralha, onde os antigos deuses são ainda cultuados e o sangue dos primeiros homens ainda existe.






Os Verdadeiros Contos de Fadas - João e Maria



Na versão largamente conhecida de João e Maria, ouvimos sobre duas crianças que se perdem na floresta e encontram uma casa feita de doces e guloseimas que pertence a uma bruxa. Elas então são aprisionadas enquanto a bruxa se prepara para comê-las. Eles conseguem escapar e atiram-na no fogo, salvando-se.
Numa versão francesa mais antiga (chamada As Crianças Perdidas), ao invés de uma bruxa, há um demônio, que também é enganado pelas crianças. Contudo, ele não cai na cilada e está prestes a colocá-los na guilhotina. As crianças fingem não saberem como entrar no instrumento e pedem para a esposa do demônio mostrar como se faz. Nesse momento, elas cortam seu pescoço e fogem.

A lenda de Conde Dracula

Conde Vlad Tsepesh Aka Dracula, Conde Dracula (cuja pronúncia correta é Dracúla), ou mesmo Vlad O Empalador, foi um príncipe nascido na Transilvânia no ano de 1431 na cidade de Sighisoara, ou Schassburg. Seu pai era Vlad Dracul membro da Ordem do Dragão, isso significava que possuía um pacto de ódio e luta eternos contra os turcos. O nome Dracul signaficava "Dragão" ou "Demônio", e se tornou o símbolo de seu pai pois ele utilizava imagens de dragões em suas moedas.

Quando completou treze anos, Dracula foi capturado pelos turcos, que o ensinaram a arte da tortura e empalamento de pessoas. Mais tarde em seu reinado em  Wallachia, que teve início em 1456 e fim em 1462, que Dracula teve a chance de exercitar todos os cruéis ensinamentos. Nessa época surgiram a maioria das histórias, uma das mais conhecidas diz que um dia Dracula viu um homem caminhando sujo, maltrapilho, realmente imundo, fez com que o homem parasse e perguntou se ele possuía uma esposa, o homem mesmo estranhando a situação respondeu que sim, Dracula ao ver a mulher revoltou-se pois constatou que a jovem era muito saudável e forte, assim concluindo que ela era preguiçosa. Como castigo Dracula cortou fora suas mãos e empalou seu corpo cruelmente, após aplicado o castigo, procurou uma nova esposa para o homem e como aviso mostrou-lhe o corpo sem vida de sua predecessora.
Tsepesh, o segundo nome de Dracula significava "empalador", era chamado assim justamente por sua tendência a prática de empalamentos como forma de punir os inimigos. Para executar a vítima Dracula as amarrava em um cavalo, e as empurrava em direção a estacas polidas e besuntadas com óleo, de forma que a morte não era instantânea.
Punições mais bárbaras e truculentas foram praticadas por esse Conde. Mulheres infiéis e promíscuas foram punidas tendo seus órgãos sexuais cortados e sua pele arrancada da carne enquanto ainda estavam vivas, as moças eram penduradas ao lado de sua própria pele para que o público pudesse testemunhar atos de tamanha frieza. As execuções em massa eram muito apreciadas por Conde Dracula, onde as vítimas eram empaladas e içadas em estacas de madeira, e o peso de seu corpo fazia com que descesse lenta e dolorosamente, destruindo seus órgãos internos.
O castelo de Dracula fica ao norte de Wallachia, na cidade de Tirgosvite. Vlad Tsepesh aka Dracula morreu no ano de 1476. Algumas histórias contam que sua vida teve fim uma batalha, onde lutava disfarçado de turco. Como a vitória estava próxima, ele correu para o alto de um penhasco para apreciar tudo, mas foi confundindo com um turco e morto por seus próprios homens.
É fácil perceber o motivo que levou Bram Stoker a procurar inspiração na vida de Conde Dracula para a criação do romance gótico de mesmo nome ("Drácula"), onde o protagonista era um vampiro. Embora não fosse um vampiro, a crueldade de Vlad O Empalador alimentava o imaginário popular fazendo com que sua imagem fosse anexada à fama vampiresca.

Moeda de Conde Dracula mostra um Dragão na face.

Conde Vlad  Tsepesh Aka Dracula
                               

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